CEFALÉIA EM SALVAS - O QUE É ISSO!? QUE DOR É ESSA?
A cefaleia em salvas (CS) é conhecida sob várias denominações : "cefaléia histamínica", "cefaléia de Horton", "cluster headache".
É uma forma incomum de cefaleia primária, caracterizada por episódios de dor muito forte, geralmente localizada nas regiões orbital, periorbital ou temporal, com duração entre 15 e 180 minutos, com frequência que varia de uma crise em dias alternados até oito episódios diários. São referidas, em média, três crises diárias, que tendem a ocorrer no mesmo horário, seguindo um padrão circadiano. Associam-se sempre a pelo menos um sintoma de disfunção autonômica, que pode ser: hiperemia conjuntival, lacrimejamento, congestão nasal, rinorréia, sudorese facial, miose, ptose e/ou edema palpebral, sempre ipsilaterais à dor.
A dor é de grande intensidade, que rapidamente atinge o seu pico, podendo assumir o caráter de queimação, agulhada ou, então, apresentar-se sob a forma perfurante ou dilacarente; às vezes se associa um componente pulsátil. A dor é tão intensa que torna a cefaléia-em-salvas um quadro dramático.
As crises de cefaleia ocorrem em surtos ou salvas (daí o nome em inglês de "cluster headache") com duração de semanas a meses, geralmente intercalados por períodos de remissão superior a um mês.
Acomete em média quatro a seis homens para uma mulher e na maioria das vezes o primeiro surto ocorre entre os 20 e 30 anos de idade. Fatores como consumo de álcool, mudanças climáticas, odores e luzes fortes são descritos como possíveis desencadeadores das crises.
Os períodos de crise podem durar de 2 a 6 semanas, ou mesmo mais, sendo comuns longos períodos de acalmia (esses períodos intercríticos podem durar até anos). Existem formas crônicas deste tipo de cefaléia, com duração prolongada dos surtos (vários meses).